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História dos Efeitos Visuais: O sistema de partículas de Reeves em Star Trek II: A Ira de Khan
O pesquisador William Reeves criou o método de representação de objetos particulados dinâmicos que ficou conhecido como Sistema de Partículas de Reeves, pelo qual se conseguia modelar no computador formas irregulares e fenômenos até então considerados “amorfos” como nuvens, fumaça e espumas das ondas do oceano.
A criação de Reeves foi utilizada pela primeira vez no filme Star Trek II: A Ira de Khan (Star Trek: The Wrath of Khan – 1982), na sequencia que mostrava a ressurreição de um planeta morto.
Estes efeitos visuais em computação gráfica, pioneiros no cinema, ficaram a cargo da empresa Industrial Light and Magic (ILM).
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História dos Efeitos Visuais
Sobre o Sistema de Partículas de Reeves, o professor Arlindo Machado cita em seu livro “Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas”:
“Reeves foi incumbido de resolver digitalmente o efeito mais difícil da sequencia: a explosão provocada pelo choque do torpedo contra o planeta morto e o “tapete” de chamas que se espalha por toda a superfície deste último. O resultado foi surpreendente: Reeves conseguiu codificar cerca de meio milhão de partículas de fogo, individualmente definidas em termos de trajetória e oscilações de cor, com um “realismo” tão convincente que uma equipe de filmagem não poderia obter melhor resultado. […] O sistema inteiro funciona de acordo com um modelo estocástico previamente construído: forma, tamanho, cor, densidade e velocidade são dados como propriedades estatísticas do sistema representado. Conforme a sequencia se desenrola, o algoritmo introduz aleatoriamente novas partículas no sistema, remove outras cujo tempo de vida já expirou e desloca as partículas remanescentes ao acaso. O resultado é um objeto fugidio, sem forma ou limites definidos, que lembra vivamente a configuração visual de fenômenos “selvagens” e de difícil formalização, tais como o fogo ou as nuvens.”
Vejam abaixo a icônica sequencia:
Referência bibliográfica:
Machado, Arlindo. Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2001)
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