Análise do filme: Pinóquio, live-action da Disney

Pinóquio, da Disney, estreou neste mês de setembro de 2022. A reinvenção de um clássico ou então, de um clássico em formato live-action.

Talvez isto importe, ou talvez não. Afinal, a nova versão de Pinóquio é um filme que nos prende. Inegavelmente cativante, o filme captura a nossa atenção.

A história começa com o personagem Grilo Falante cantando a música tema de abertura dos clássicos filmes da Disney, ou seja, When You Wish Upon a Star. Eu amo essa música! A gente sabe que quando esta música toca, uma história fantástica virá a caminho.

Coração preparado, foi assim que embarquei nesta nova versão de Pinóquio, para mim, uma das melhores histórias dos contos de fadas.

Nas cenas iniciais do filme, a oficina de Gepeto aparece. Interessante notar a parede repleta dos seus relógios cuco. Nos relógios podemos ver vários personagens. É divertido ficar procurando e tentando reconhecer vários deles! Toy Story, Pato Donald, Uma Cilada para Roger Rabbit, A Bela Adormecida, enfim, há vários personagens de inúmeras histórias fazendo uma “participação especial”.

Um pedido de um coração solitário

A princípio, somos apresentados às tristes memórias de Gepeto que perdeu a esposa e filho. Com o intuito de suprir este vazio em seu coração, ele constrói um boneco de madeira. Olhando para a foto de seu filho, o artesão cria uma marionete de um garoto com trajes de acordo com a fotografia de seu filho.

“Você é um menino feito de pinho…O seu nome será Pinóquio!” Neste momento o significado do nome do garoto de madeira se revela à nós, espectadores.

Estas primeiras cenas nos apresentam também à Figaro e Cleo, respectivamente, o gato e peixe de Gepeto, seus companheiros em sua vida solitária.

O Grilo Falante, que no primeiro momento, entrou na casa do fabricante de brinquedos para se abrigar, acompanha a finalização da construção do garoto de madeira e o pedido para a Estrela que Gepeto fez antes de dormir.

Uma história sobre escolhas e responsabilidades

A partir do pedido para a Estrela realizado por Gepeto, o menino de madeira ganha vida e o Grilo Falante passa a ser a sua consciência, missão designada pela própria Fada Azul.

Primeiramente, temos que destacar uma cena memorável! O lindo momento em que aparece a Fada Azul, interpretada pela atriz indicada ao Oscar, Cynthia Erivo.

Ademais, o Grilo Falante, que no início, é apenas espectador das cenas e o narrador da história, se torna o conselheiro ou consciência do menino de madeira que ganhou vida pelas mãos da Fada.

Pinóquio terá que aprender a escolher entre o certo e o errado para poder se tornar um menino de carne e osso. Posto que, terá que provar que é corajoso, de confiança e altruísta.

Enfim, muitas aventuras o aguardam. Especialmente, fugir das facilidades do mundo real. Fama a qualquer custo ou então, um parque de diversões repleto de todo o tipo de facilidades e brincadeiras que não tem hora para terminar.

Elenco e direção

Gepeto é interpretado por Tom Hanks, que está ótimo no papel.

A atriz e cantora britânica Cynthia Erivo interpreta a Fada Azul. Com uma voz lindíssima, a atriz canta a icônica música When You Wish Upon a Star. Que cena deslumbrante!! Cynthia Erivo foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 2020 pelo filme Harriet.

Robert Zemeckis é o diretor desta versão da história. Vencedor do Oscar por Forrest Gump (1994), outra produção e parceria de sucesso entre Zemeckis e Tom Hanks.

Como Pinóquio temos Benjamin Evan Ainsworth, Joseph Gordon-Levitt dá voz ao Grilo Falante e Luke Evans interpreta o cocheiro.

A adaptação de uma linguagem para outra

Como toda adaptação, vemos muitas críticas e comparações com a obra original. No caso, estas recentes adaptações live-action nos levam, quase de imediato, a comparações com os filmes de animação, obras, por vezes, em que tivemos o primeiro contato com os personagens.

Acredito que seja importante, tentarmos não nos prender tanto a obra anterior. Eu não tive tempo de rever a animação, não lembrava de alguns detalhes e portanto, embarquei nesta nova versão sem amarras.

Como também, é interessante notar que as gerações mais novas podem não ter visto a antiga animação e esta seja a primeira vez que estão tendo contato com a história. Sim, isso pode acontecer.

Em suma, é necessário deixarmos nos surpreender com uma adaptação, sem nos inquietarmos em demasia com comparações. Sem ideias preconcebidas. Afinal, uma obra cinematográfica deve estabelecer acima de tudo uma conexão com o espectador. E esta versão de Pinóquio, no meu ponto de vista, conseguiu estabelecer.